Breve resumo sobre Artrite Reumatóide!
De provável fundo
imunológico, que atinge principalmente as articulações, no entanto não fica
restrita somente a estás, podendo atingir também pulmão, pele, olhos, coração...
É uma patologia crônica que se arrasta com os anos e leva a um grande acometimento
das pequenas articulações, causando até mesmo grandes deformidades por
destruições das cartilagens e erosões ósseas. Acomete principalmente entre os
20 e 55 anos, sendo 3 mulheres/1 homem nessa faixa etária, lembrar que a partir
dos 65 anos o acometimento é de 1H/1M.
Na artrite
reumatoide existe a produção e alteração da cadeia Beta do cromossomo 6, apresentando-se
como HLA-DRB1 em pelo menos 60% dos indivíduos diagnosticados com a patologia,
aumentando assim a reação dos antígenos, causando uma resposta exacerbada dos linfócitos
T que atinge a membrana sinovial, causando um processo inflamatório e aumentando
a sua espessura (formando o panos), levando a outros processos como aumento do
líquido sinovial, destruição da cartilagem articular, destruição do osso
subcondral e comprometimento dos músculos (perda de tônus e atrofia) em torno
da articulação comprometida.
Critérios
diagnósticos:
ACR-EULAR 2010 para AR, Envolvimento
articular: Poliartrite Simétrica, Sorologia: FR e Anti-CCP positivos, Reagente
fase aguda: VHS e PTN C reativa e Duração: evolução insidiosa e crônica.
Manifestações
clinicas:
Sistêmicas: Fadiga, mal estar, mãos inchadas, dor musculoesquelética
Clássica: aumento do volume da articulação, causando como principal
sintoma a dor, eventualmente aumento da temperatura. Pode ser monoarticular no
início e passar a ser oligoarticular (menos
de 5 articulações atingidas), poliarticular (a partir de 5 articulaçoes). Com o
tempo vai adquirindo a característica simétrica e cumulativa (clássica), Classicamente
temos: Rigidez matinal (>45 min a 1h) e atrofia muscular periarticular.
Quais as articulações
mais atingidas?
Frequentemente temos: mãos (MetaCartpoFalangianas
e IFP, polpa as interfalangianas distais no entanto o tendão é atingido por
tração), punhos e pés (MTF); com o tempo temos: Joelhos, coluna cervical e
cotovelos.
Sinais e sintomas
Articulares?
Mecanismo: Atrofia e contratura
muscular -> fibrose de tecidos periarticular -> anquilose articular ->
deformidades. Desvio ulnar dos dedos e deformidade em pescoço de cisne.
Deformidade em pescoço de cisne |
Pode surgir a síndrome do túnel do
carpo, através do aumento do líquido sinovial no punho e compressão do nervo medial
com o ligamento transverso do carpo. Sendo diagnosticado por dois sinais: sinal
de Tinel ou manobra de Phalen, demonstram dor ou incapidade de fazer a manobra,
lembrar que nem sempre é diagnostico, outras patologias podem cursar com
positividade dessas manobras.
Pode atingir ainda a articulalão
atlanto axial (C1 e C2), apresentação de subluxação atlantoaxial no Rx lateral
cervical (> 3mm entre apófise odontóide de C2 e arco anterior de C1). Pode
passar despercebida, no entanto quando apresenta sintomas é bem grave pois
existe compressão da medula levando a sintomas graves como parestesia,
paralisa, tetraplegia... até mesmo a morte. Colar cervical?
Manifestações
extraarticulares:
Pele:
Nódulos subcutâneos: inflamação
de pequenas veias (vasculites), significa que existe atividade da doença, e nesses
nódulos podemos encontrar fator reumatoide positivo.
Vasculites: oclusão de vasos
pequenos, levando a infartos unguiais, polpas digitais... vasculite necrosante
de médio porte, isquemia com ulcera necrótica.
nódulos cutâneos |
Coração:
Pericardite: mais comum,
identificado em 50% dos casos; Nódulos no miocárdio; e Aterogene acelerada:
causa mais comum de morte, levando à isquemia miocárdica.
Pulmão:
Derrame pleural: achado pulmonar
mais encontrado, pequena monta e com FR positivo, exudato, glicose baixa e
complemento baixo; Caplan: nódulos pulmonares com pneumoconiose, principalmente
silicose; Vasculite pulmonar e Nódulos no parênquima.
Olhos:
Sindrome de sjogren: 20-30%, ceratoconjuntivite
seca (olho seco); Episclerite: inflamação, vermelhidão sem lacrimejamento; Escleromalacia
perfurante: adelgaçamento da esclera, inflamação com acometimento, ver-se a
coroide.
Baço:
Síndrome de FELTY: Neutropenia + Esplenomegalia,
com destruição dos granulocitos; antibioticoterapia em caso de infecção, manejo
com metotrexato. Desenvolve com anos de artrite reumatoide, evento raro.
Laboratorial?
Fase aguda: PCR e VSH aumentados (marcadores
de inflamação) inespecíficos.
Sorológicos: FR e Anti-CCP
Fator reumatoide: IgM contra IgG, sensibilidade de 70-80%, mas não
é especifico (90% sd sjogren, hepatite B, endocardite...).
Látex >1:20, quem tem AR em
atividade normalmente possui valores maiores que 1:80.
Nefelometria: >80 Ui/ml
Anti-CCP: sensibilidade: 70% e Especificidade= 95%
Obs: não é critério diagnostico, mas é critério de extensão
e de tratamento.
RX simples: Aumento de partes
moles, osteopenia justarticular, erosões ósseas, destruição de cartilagem,
anquilose e subluxações.
RN magnética: Sinovite e erosões
mais precoce e edema da medula óssea articular.
Tratamento:
Alivio sintomático:
AINEs/glicocorticoides
Drogas que alteram a evolução da
doença (DARMDs):
DARMDs convencionais: Metotrexato
(DHF) 7,5 a 35 mg/semana, Leflunomida 10 a 20 mg/dia, Sulfassalazina 0,5 a
3g/dia e Hidroxicloroquina 200 a 400mg/dia. Inicia o metotrexato e se não
houver melhora, acrescentar uma outra droga, avaliar a função hepática e
hepatites por risco de fibrose.
DARMDs biológicas: não esta
conseguindo controlar a doença com uma convencional ou já fazem mais de 6 meses
de doença, associar ao metotrexato sozinho + biologica.
Drogas anti-TNF: infliximab, amalimumab,
golimumab, cetolizumab e etanercept, cuidado pois podem levar a tuberculose
disseminada, fazer PPD
Antireceptor de IL-6: toculizumab
(cuidado com lipidemia)
Inibidor da estimulação de linfócitos
T: abatacept ( )
Anti-CD20 (deplecação de linfócitos
B): rituximab
Nunca fazer duas biológicas!!!! Aumenta o risco de infecções!!!!
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