Breve resumo sobre Mania
Transtornos de Humor
Os transtornos do humor teem
relação íntima com alegria e tristeza. A apresentação destes se dar a partir
de situações extremas, no qual o paciente pode apresentar-se com depressão (que
seria a tristeza patológica), mania (alegria patológica) ou ainda variar entre
essas situações (transtorno bipolar).
Mania: euforia e alegria patológica
Mania (do grego μανία: “estado de loucura”) é um distúrbio
definido como um período, onde existe um humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável.
Mania (do grego μανία: “estado de loucura”) |
Um paciente com mania, apresenta-se
com crises de euforia e alegria exacerbada e patológica. Essa patologia não tem
preferência de gênero, como na depressão, que ocorre mais em mulheres. Atualmente
tinge cerca de 1-4% da população mundial.
Esses pacientes apresentam-se com
aumento da autoestima, logorreia, insônia, diminuição da atenção, arrogância, delírio,
fuga de ideias, aumento da sexualidade e isso tudo pode levar a um prejuízo
social considerável.
Hipomania [F 30.0]: transtorno no qual existe uma pequena elevação persistente
do humor, da energia e da atividade associada em geral a um sentimento intenso
e de bem-estar e de eficácia física e psíquica. Nesses casos existem um aumento
da sociabilidade, do desejo de falar, da familiaridade e da energia sexual e
uma redução de sono. No entanto em alguns casos pode ocorrer irritabilidade,
atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro levando a uma certa perda
social, essas perturbações de humor e do comportamento não são acompanhadas de
alucinações ou ideias delirantes.
Mania sem sintomas psicóticos [F 30.1]: Existe uma elevação
desproporcional do humor, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma
agitação sem explicações e descontrolada. Essa elevação pode tornar-se
hiperatividade, com um desejo de falar e uma redução do sono. Os pacientes na
crise apresentam-se com aumento da auto-estima, com ideias de grandeza e
superestima de suas capacidades e juntamente com a perda da concentração e
perda de inibidores sociais pode levar a condutas imprundentes e inapropriadas e
deslocadas.
Mania com sintomas psicóticos [F 30.2]: presença de sintomas do quadro
descrito acima, porém com ideias delirantes (em geral de grandeza), alucinações
(em geral do tipo de voz que fala diretamente com o sujeito) ou de agitação,
com presença de atividade motora excessiva e de fuga de ideias de uma forma que
a o torna inacessível e imcompreensível a todo tipo de comunicação usual.
Ainda temos: outros episódios
maníacos [F 30.8] e episódio maníaco
não especificado [F 30.9]
Estados e variação do humor |
Tratamento:
O tratamento tem como objetivo
controlar sinais e sintomas de forma rápida e segura, e reestabelecer o funcionamento
psicossocial a níveis considerados normais. Para podermos escolher o tratamento
devemos levar em consideração os fatores clínicos, como gravidade, presença de
psicose, ciclagem rápida ou episódio misto e preferência do paciente, e quando necessário
e possível os efeitos colaterais.
Conduta para o tratamento de mania e depressão |
Para pacientes menos graves, a
monoterapia com lítio e um antipsicótico atípico, como a olanzapina, pode ser o
suficiente. Já em casos mais graves, recomenda-se como primeira opção a
combinação de lítio e um antipsicótico atípico ou valproato com antipsicótico atípico
(Work Group on Bipolar Disorder- WGBD, 2004). Uso de benzodiazepínicos é melhor
se comparado com os antidepressivos, pois esses podem precipitar ou exacerbar
mania/hipomania ou estados mistos e, de modo geral, devem ser descontinuados e
evitados se possível for.
O Lítio continua sendo o medicamento
de primeira escolha, pois apresenta mais estudos mostrando a sua eficácia no
controle e na prevenção de recorrências. Além disso, apresenta melhor efeito na
prevenção do suicídio em bipolares em comparação com o divalproato. E também
costuma apresentar melhor resposta em episódios clássicos de mania, com humor
eufórico, e sem sintomas depressivos ou psicóticos. No entanto o seu inicio de
ação é mais lento se comparado com valproato e antipsicóticos. Estudos mostraram
que o lítio é mais eficaz na mania pura e menor nos distúrbios mistos.
Manejo do lítio |
Lítio: é a primeira escolha em
casos de mania, existem comprimidos de liberação imediata (CPs LI) e de
liberação prolongada (CPs LP). E também existe o tratamento da fase aguda e o
de manutenção, na fase aguda podemos fazer CPs LI 600 mg (dois comprimidos de
300 mg), de 8/8h e ainda CPs LP 900-1800 mg/dia divididos em 12/12h. O tratamento
da fase aguda deve ser feito até a remissão dos sintomas e passamos para a dose
manutenção, no qual podemos fazer CPs LI 300mg, 3-4 x/dia (totalizando 900-1200
mg/dia) e CPs LP 450 mg, 2x/dia (totalizando 900mg). Dose máxima de 2100
mg/dia. Manter níveis séricos de 0,6-1,2 mEq/ml, fazer litemia a 2x na semana
na fase aguda e fazer litemia em intervalos de pelo menos 2 meses.
Ácido valpróico, divalproato: é
um anticonvulsivante tradicional, utilizado na epilepsia, crises de ausência simples
ou complexas e em outros tipos. Tem boa resposta em pacientes com traumatismo
craniano, em bipolares refratários ao lítio e/ou carbamazepina. Não pode ser utilizado
em pacientes que apresentam insuficiência hepática, hepatite,
hipersensibilidade à droga e durante gravidez. Divalproato de sódio é utilizado
em 750mg/dia para o controle das crises de MANIA, a dose máxima é de 60
mg/kg/dia.
Carbamazepina: é um
anticonvulsivante. Utilizado no controle dos distúrbios da mania na dose de 400
-1600 mg/dia, em media 1000-1200 mg/dia, 1 ou 2x dia, aumentar a dose
lentamente para evitar efeitos como sedação, tonturas e ataxia. Alcançar níveis
séricos de 8-12 Microgramas/ml.
Antipicóticos atípicos:
apresentam menos efeitos extrapiramidais e maior risco de ganho de peso,
hipercolesterolemia e hiperglicemia. Olanzapina dose de 10-15 mg/dia, aumentar
para 20 mg/dia se necessário. Risperidona, nas doses de 2-3mg/dia, com
incrementos de 1mg/dia, até 6mg/dia (em pacientes de 10-17 anos dose inicial de
0,5 mg/dia em dose unica, até 2,5mg/dia de dose recomendada). Ziprasidona, dose
inicial de 40 mg de 12/12h, ate o máximo de 80 mg de 12/12h. Aripiprazol, dose
15 mg/dia inicialmente e 15-30 mg/dia na manutenção. Quetiapina, doses de 100mg
(dia 1), 200 mg (dia 2), 300 mg (dia 3) e 400mg (dia 4)... Ajustar até 800
mg/dia.
Imagens retiradas da WEB, pesquisadas no google imagens, pesquisadas por: estado de mania, mania, variação de humor, tratamento para mania e manejo do lítio respectivamente.
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